Aracy Telles de Almeida nasceu em 19 de agosto de 1914 no subúrbio do Rio de Janeiro. Ela cresceu em uma família evangélica e começou a cantar em festas, casas de candomblé, na igreja Batista e em escolas de samba. Aos 20 anos, ela gravou pela primeira vez duas marchinhas de Carnaval pela gravadora Colúmbia, acompanhada por Pixinguinha e sua orquestra.

CARREIRA

Aracy conseguiu trabalhar nas principais rádios e gravadoras das décadas de 1930 e 40, emplacando sucessos nos carnavais. Ela gravou inúmeros compositores de música popular brasileira, como Noel Rosa, Wilson Batista, Antônio Maria, Vinícius de Moraes, Dorival Caymmi e Caetano Veloso, entre muitos outros.

Outro personagem fundamental na vida de Aracy foi Mr. Evans, diretor artístico da gravadora Victor, que a contratou como solista. Seu primeiro grande sucesso foi “Palpite Infeliz”, de Noel Rosa, no Carnaval de 1936. A cantora também foi contratada pela Rádio Mayrink Veiga. Depois, mudou-se para a Rádio Tupi por conta de um melhor contrato financeiro.

Aracy foi casada com o goleiro Rei (José Fontana), do Vasco, porém ela não gostava de falar sobre sua vida amorosa.

Aracy de Almeida aos 31 anos (revista “A Cigarra”, acervo Fundação Biblioteca Nacional, domínio público)
O AUGE

Aracy se apresentou na boate Vogue, em Copacabana, no Rio, de 1948 a 1952. O local era frequentado pela alta sociedade carioca. O espetáculo tinha arranjos de Radamés Gnatalli e foi lançado em um álbum de luxo, com capa do pintor Di Cavalcanti, pela gravadora Continental.

Em 1965, Aracy participou do espetáculo O samba pede passagem, do grupo Opinião, cujo diretor era Vianinha, no Teatro de Arena. Fez um dueto com Ismael Silva na música “A Razão, Dá-se a Quem Tem”.

A VOZ DO MORTO

Em 1968, Aracy estava irritada com o fato de ligarem seu nome tão somente ao amigo falecido Noel Rosa e se queixou a Caetano Veloso, pedindo a ele que fizesse uma música para “esculhambar” com essa ideia. Caetano atendeu Aracy e compôs “A Voz do Morto”.

JURADA IMPLACÁVEL

Nas décadas de 1970 e 1980, Aracy de Almeida participou como jurada de programas de calouros na TV (Chacrinha e Sílvio Santos). A cantora faleceu em 1988, aos 74 anos. Vivia em uma casa modesta no mesmo bairro onde nasceu.

É possível ouvir as músicas gravadas por Aracy, bem como depoimentos em áudio da cantora no documentário “Aracy de Almeida é Coisa Nossa – a Bossa e o Veneno do Samba em Pessoa”, de Rodrigo Alzuguir e Pedro Paulo Malta, de 2018.

SAIBA MAIS

DOCUMENTÁRIO: Aracy de Almeida — O Samba em Pessoa

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